terça-feira, 15 de setembro de 2009

Diversidade Afro descendente

Caros Colegas,
Em março de 2009, fui convidada para coordenar a disciplina (DAD) Diversidade Afro Descendente de Porto Seguro. Tem sido gratificante realizar esse trabalho, mesmo sabendo das dificuldades e da complexidade que envolve o processo de construção da identidade negra em nosso País. A educação tem um papel importante nessa construção e nós educadores temos que estar atentos a todas ações discriminatórias, pois a escola é um espaço do fazer coletivo. Pensando nisso o Governo Federal assume um compromisso histórico com a população negra, estabelece a Lei 10.639-03 que garante a negros e não negros conhecer a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e toda contribuição desse povo na construção e formação da sociedade brasileira. O empenho de cada um de nós é essencial, pois uma educação de qualidade visa a formação da cidadania de um povo. Um grande abraço.
Gilmária Menezes

INCLUSÃO SOCIAL

INCLUSÃO: Capacitação docente e atendimento especializado trazem novas perspectivas para pais, alunos e professores.
O Setor de Educação Inclusiva da Secretaria Municipal vem realizando em 2009 diversas ações para que os direitos das pessoas portadoras de necessidades especiais sejam respeitados em nossos ambientes escolares. Capacitações de professores e oficinas destinadas a integração entre aluno e unidade escolar foram preparadas para melhor atender a comunidade. A inauguração do CEAME, Centro de Educação Inclusiva e Atendimento Especializado, foi outra grande conquista; o centro trouxe novas perspectivas para os profissionais e para o público que necessita de orientação e acompanhamento específico.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A EDUCAÇÃO COMO DIREITO DOS POVOS DO CAMPO

Nos últimos anos, a discussão da educação como um direito subjetivo tem-se evidenciado em todo o mundo. A Declaração de Jomtien de Educação para Todos (1990), da qual o Brasil é signatário, é um marco internacional e se constitui numa referência ao colocar a política educacional, a política social e o desenvolvimento como elementos fundamentais na construção de uma sociedade democrática e justa.
No Brasil, o proclamado direito universal à educação tem sido uma dura conquista dos movimentos sociais, especialmente dos trabalhadores e trabalhadoras da educação pública nas esferas federal, estadual e municipal, tendo como referência a Constituição de 1988, e mais recentemente a Lei de Diretrizes e Bases no 9.394/96, como marco legal nesse processo de afirmação da educação no campo dos direitos humanos e sociais.
Educação é um direito social e não uma questão de mercado. A educação enquanto organizadora e produtora da cultura de um povo e produzida por uma cultura – a cultura do campo - não pode permanecer seguindo a lógica da exclusão do direito à educação de qualidade para todos e todas.
A educação recria o campo porque por meio dela se renovam os valores, atitudes, conhecimentos e práticas de pertença à terra. Ela instiga a recriação da identidade dos sujeitos na luta e em luta como um direito social, porque possibilita a reflexão na práxis da vida e da organização social do campo, buscando saídas e alternativas ao modelo de desenvolvimento rural vigente.
Uma política de educação do campo precisa conceber que a cidade não é superior ao campo, e, a partir dessa compreensão, impõem-se novas relações baseadas na horizontalidade e solidariedade entre campo e cidade, seja nas formas de poder, de gestão das políticas, de produção econômica e de conhecimento.
O campo é concebido como um espaço rico e diverso, ao mesmo tempo produto e produtor de cultura. É essa capacidade produtora de cultura que o constitui em espaço de criação do novo e do criativo e não, quando reduzido meramente ao espaço da produção econômica, como o lugar do atraso, da não-cultura. O campo é acima de tudo o espaço da cultura. ( Portaria 1374 de 03/06/03 -MEC -Referências para uma Política Nacional de Educação no Campo)

EDUCAÇÃO INDÍGENA



Aqui o passado é presente. Há 510 anos, os índios já habitavam esta terra rica em encantos e belezas naturais.
Da sua miscigenação com europeus e africanos, nasceu uma raça única: O BRASILEIRO.
Em Porto seguro, encontra-se um verdadeiro refúgio destes nossos parentes distantes, alguns dos últimos remanescentes da grande nação indígena Pataxó.
A atual administração firmou compromisso com as comunidades indígenas do Município, jamais visto em gestões passadas. Várias são as ações realizadas na área educacional: construção de escolas, distribuição de merenda escolar com supervisão ativa e permanente dos índios, realização da semana pedagógica específica, transporte escolar dentro das aldeias, informatização do Setor de Coordenadoria de educação escolar Indígena, ampliação do quadro de professores de cultura Pataxó para o fortalecimento e afirmação cultural, cursos para favorecimento do ecoturismo, ampliação das UEX indígenas, visando a autonomia dos gestores escolares, distribuição de material específico para estudos da língua Patxohã, para alunos do ensino médio, maior participação dos professores em cursos e fóruns relacionados às questões indígenas, inclusão de disciplinas específicas no currículo das unidades escolares de ensino indígena, elaboração do regimento comum às escolas indígenas do município, mobiliário para as unidades escolares, distribuição de livros didáticos para alunos do ensino médio, ativação dos laboratórios de informática com profissional especializado, realização na Semana do Descobrimento de palestras dos índios para alunos da rede pública municipal, estadual e particular, parceria com o Governo do Estado para realização do curso de magistério indígena, para professores sem formação docente, implantação do ensino médio através da Pedagogia da Alternância (único no país totalmente financiado com recursos do município) beneficiando mais de 120 alunos índios que terão a oportunidade de formação, respeitando os preceitos indígenas e que serão os primeiros formandos do Estado da Bahia dentro da própria comunidade indígena.

DIVERSIDADE: CONHECER PARA EDUCAR



Quem somos nós professores das escolas públicas municipais de Porto Seguro? Quem São nossos alunos? Parecem-se um pouco ou são totalmente diferentes? Essas são questões cujas respostas se tornam mais complexas à medida que conhecemos e constatamos a diversidade da composição das nossas escolas.
O Município é composto por vários distritos: Caraíva, Arraial D’Ajuda, Trancoso, Pindorama, Vera Cruz... além disso, dentro de cada distrito temos áreas mais urbanizadas, aldeias indígenas, bairros periféricos, áreas rurais... Nossas escolas
estão no centro da vida de muitas dessas comunidades, cada uma delas com histórias e necessidades diferentes, com realidades que ajudam a desenvolver o caminho da aprendizagem das crianças, jovens e adultos matriculados.
Construir qualidade na educação vai depender, consequentemente, do conhecimento que nós, professores, tivermos sobre os nossos alunos - quais são seus sonhos, suas religiões, seus medos? quem são seus pais, o que esperam da escola? - e principalmente, vai depender da nossa coragem em assumir com autonomia a identidade comunitária da nossa escola.
A cada mês este coluna apresentará entrevistas com pais, alunos, professores, diretores e com representantes das comunidades nas quais as nossas escolas encontram-se inseridas. Nosso objetivo é possibilitar um diálogo entre diferentes realidades, ampliando o conhecimento sobre educação em seus diversos caminhos para a aprendizagem.
Será um espaço para refletirmos sobre diversidade; para juntos analisarmos o cotidiano de cada localidade a fim de fortalecer as ações educativas do Sistema Municipal de Ensino.

NÚCLEO RURAL


A qualificação docente é fator fundamental para que os objetivos educacionais sejam alcançados. Os professores do Núcleo Rural, conscientes dessa afirmação, participaram nos dias 03,04 e 05 de junho da Jornada Pedagógica 2009.
A atividade contou com a participação de todos os setores da Secretaria Municipal de Educação. Temas como redes de articulação, diversidade étnica, inclusão, recreação, participação comunitária e técnicas para o desenvolvimento de trabalhos em grupo foram abordados e discutidos de forma participativa e democrática, o que proporcionou um bom nível de satisfação docente.
O trabalho em rede abordado no primeiro dia incentivou a união entre as escolas e o fortalecimento de ações de integração com a comunidade. Dentre os projetos apresentados para 2009 a formação de governos estudantis, a implantação de hortas e jardins e o lançamento do I Concurso de Poesias do Núcleo Rural trouxeram novas perspectivas para o professorado.
A participação do CREA (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) foi outro momento de grande valia. Os professores tiveram conhecimento dos espaços, programas e ações que formam a rede de proteção social das crianças e adolescentes do Município.
Outra participação que merece destaque é a da APLB Sindicato, O Diretor Kéu Portela levou informações sobre o funcionamento do Sindicato e salientou a importância da união de todos na luta por direitos trabalhistas e na busca por qualidade na educação.

DIALOGAR é DESCOBRIR

Pelo diálogo transformamos idéias em ações e aquilo que se diz vira coisa do mundo. Dialogando socializamos os nossos sonhos, as nossas experiências e realidades; conhecemos o próximo e descobrimos que, apesar de vivenciarmos situações impares, vivemos uma mesma travessia. Temos muito em comum. Almejamos liberdade, igualdade, fraternidade... e caminhamos em busca dos nossos ideais.
Na Educação a concepção de diálogos voltados à formação de cidadãos conscientes é responsáveis é uma busca constante e um desejo de todos. Com este norte a Secretaria Municipal criou o Boletim Informativo: um instrumento para facilitar o intercambio de idéias entre a Instituição e todos aqueles que vivenciam o processo educativo no Município. Busca-se, dessa forma, contribuições para o direcionamento de ações que tragam resultados positivos às necessidades do corpo docente e à formação integral dos nossos alunos.
Só com diálogos e ações descobriremos meios para alcançar os níveis de eficiência propostos pelo MEC, garantindo a todos uma educação igualitária e com qualidade. O Sistema Educacional do Município deve ser analisado de forma continua e participativa. È Necessário considerá-lo em um todo articulado, no qual se juntem capacitação profissional, dignificação salarial dos profissionais, peculiaridades regionais e socioculturais, realismo dos esquemas curriculares e respeito ao alunado. A participação de todos nesse processo é fundamental. (Carleone Filho)